homenagem

 
Onze de dezembro

Existe um ser que é capaz de fazer um mundo em 7 dias. E em até menos tempo, se a pressa assim o exigir. Da água ele faz vinho. Do nada vão surgindo, aqui e ali, maravilhas plantadas pelas suas mãos. O mundo, por sua intervenção, ganha forma, movimento e beleza. Seu poder de transformação só encontra limites na sua própria criatividade.

Ele é onipresente: consegue estar em vários lugares ao mesmo tempo, dando conta de um sem-número de afazeres. Cuida de cada um deles com a necessária exclusividade, sem perder a noção do conjunto. Suas pernas são ágeis para lhe trazer aonde deseje estar. Seus braços alcançam com cada vez mais precisão e cada vez mais adiante. Suas ideias alçam voos extraordinários e tudo, de algum modo, se realiza.

Também é onisciente, pois é raro que alguma coisa escape ao seu conhecimento; mesmo um pequeno detalhe que seja. Seus olhos tudo captam e tudo transmitem, em imagens sempre mais nítidas e mais céleres. Pelos inventos nascidos de sua genialidade, o mundo se comunica intensamente, verdadeiramente. Nenhum lugar já é mais tão longe e nenhum indivíduo já se sente mais tão sozinho. Tudo se sabe e todos tendem a saber, cedo ou tarde. Alguém tem sempre algo a dizer e está perto para dizê-lo.

Sua vida é construir, é transportar, é planejar, é conduzir, é pensar, é amparar, é inventar, é soerguer, é dar forma, é prover estrutura. É abrir caminhos, é criar espaços, é mudar os rumos, é resolver problemas, é tornar possível, é manter o equilíbrio.

A este quase deus, a homenagem pela data comemorativa de sua profissão.

Onze de dezembro: Dia do Engenheiro.

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(Texto escrito em novembro de 2000, como tributo à profissão que abracei.)